sábado, 31 de dezembro de 2011

UMA VIAGEM DE TREM PELO NORTE DO PARANÁ


Uma viagem inesquecível

Aconteceu nos anos 70.  Eu, minha querida mãe e meu  primo    Toninho      (sempre presente em quase todas as minhas aventuras). Viagem de Rolândia à São Paulo onde fomos passear na casa de parentes. Saímos de Rolândia por volta das 21 horas. Tinha na época 16 anos. Tudo nesta viagem foi maravilhoso. Foi a minha primeira viagem de trem. Lembro-me da  ansiedade até que o trem apareceu com aqueles faróis poderosos, soltando fumaça e aquele barrulhão do motor. Meu coração acelerou. O chefe da estação que portava um bonito quepe bateu o sino de bronze anunciando oficialmente a chegada do trem. Embarcamos. Minha mãe ( que era a primeira vez que viajava sem a presença do meu saudoso pai) acenava chorando ao início da marcha do trem. Ficamos olhando o meu pai e irmãos na plataforma da estação até sumirem. Mal começou a viagem a minha mãe pegou um rosário e começou a rezar pedindo proteção para a viagem. A preocupação dela era que o meu tio João não estivesse esperando na Estação Sorocabana em São Paulo. Por volta da meia noite fiquei entendiado com a lentidão da viagem, e não conseguindo dormir com o balanço e barulho do atrito das rodas de aço nas  emendas dos trilhos, fui até o vagão refeitório onde comprei uma revista. Sentei ao lado de uma das mesas para ler. Pedi uma bebida e  um maço de cigarro. Minha mãe preocupada com a minha demora e já chorando achando que tinha caído para fora do trem, mandou o meu primo me procurar. Me encontrou lá no refeitório com toda pose, sentado, lendo, fumando e bebendo ao lado de dois garçons vestidos com ternos brancos. Sendo meu primo morador da roça ficou com vergonha de entrar ali, só acenou com a cabeça e voltou pra contar o que viu. Até hoje ele ri muito ao descrever esta cena.  Ao amanhecer  eu e meu primo fomos para o último vagão onde havia uma espécie de varanda. Eli fumando um cigarrinho íamos contemplando as belas paisagens. Os lavradores paravam de carpir ou arar a terra para acenar para nós. Nos sentíamos muito importantes ao recebermos estes acenos. Minha mãe continuava a rezar com o rosário na mão. Só parava para mandar o cobrador de bilhetes nos avisar para não irmos muito longe (como se isso fosse possível). A uma certa altura da viagem, já chegando em São Paulo, eu e meu primo ficamos na "paquera" em frente o vagão de sanitários. Estava encostado na porta do sanitário feminino quando, em uma curva, a porta abriu e eu fui arremessado para dentro. Acabei  machucando a perna com o impacto  no vaso sanitário (Ainda bem que não tinha nenhuma mulher lá dentro). Meu primo ri até hoje desta proeza. A viagem foi muito emocionante do começo ao fim. A parte ruim era aguentar o cobrador de cinco em cinco minutos querendo ver os bilhetes e os vendedores de revistas, jornais, sanduíches e pratos feitos. Eles passavam a todo instante gritando: - Olha o sanduíche... prato feito.. revistas.. (como coisa que a gente não sabia!...). Os cara eram reconhecíveis até no escuro. Portavam um paletó preto com o distintivo da RVPSC (Rede Viação Paraná Santa Catarina) e um quepe da mesma cor, com  emblema de bronze. Pareciam uns generais. Interessante que eram todos gordos. Eu acho que ele mais comiam aquela comida do que vendiam. A viagem durou uma noite mais  meio dia. A cada cinco minutos, quando enfim o trem embalava, tinham que parar... Mais uma estação. Daqui em São Paulo eu acho que haviam mais de 1.000 estações. Nunca vi coisa igual. Minha mãe quando viu o meu tio João nos esperando na Estação em meio a tanta gente só faltou pular em cima dele tamanha a alegria.  Saímos com o meu tio, carregando malas enormes em meio a multidão. Com medo de me perder do meu tio andei levando uns safanões, pois mesmo sem querer acabei acertando as canelas de alguns transeuntes. E as malas antigas eram feitas de uma material que parecia casco de tartaruga. Doía muito a pancada. Nunca tinha visto tanta gente junta. Parecia um formigueiro. Pensava: haja trens para levar todo mundo. Já ao lado do meu tio minha mãe agora ia rezando agradecendo o sucesso da viagem. Mas, falando sério, foi a viagem mais emocionante que tive na minha vida até hoje.  Dificilmente vou fazê-la de novo, pois nem mais trem de passageiros temos.  JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

OBS.: Na 1ª Foto o meu primo Toninho. Ele não é louco não. A foto foi tirada na festa de um casamento da família. É claro que tinha bebido um pouco.... Na 2ª um trem daquela época (museu do trem de Baurú)...

sábado, 3 de dezembro de 2011

OBRIGADO DEUS


OBRIGADO PAI

Obrigado Deus por mais um dia. Obrigado Pai por se mostrares a mim neste sol cheio de vida que traz luz onde havia trevas. Obrigado Paizinho por se mostrares a mim nas plantas que crescem e florescem com a  força que o Senhor colocou no solo. Obrigado Jeová pela chuva e pela água que lava tudo o que não presta e renova não só as plantas mas toda a Sua criação. Obrigado Papai do Céu por se revelares a mim no brilho da lua e das incontáveis estrelas que estão sempre no mesmo lugar atestando o Seu domínio sobre tudo e todos. Obrigado meu Criador por permitir a contemplação do mar que não tem fim, mas está sempre seguro por Suas mãos sempre no mesmo lugar. Obrigado Pai da eternidade pelo milagre da concepção. No sorriso de uma criança podemos ver toda a Sua grandeza, pureza e amor. Não há nada mais lindo que o sorriso de uma criança. Obrigado Javé pelas vidas das pessoas queridas que o Senhor colocou na minha vida. Minha esposa, minhas filhas, minha neta, meu genro e a pessoa que agora está lendo esta mensagem que o Senhor colocou no meu coração nesta manhã radiante. Peço ao Senhor que continue comandando a minha vida, me livrando de todo o pecado e das tentações da carne. Peço também mais sabedoria e coragem. Sabedoria para entender o que o Senhor quer que eu faça e coragem para  cumprir a Sua vontade mostrando e provando ao mundo que o Senhor existe e  se revela a quem O procura com fé. Deus te abençoe meu irmão. Procure o Senhor enquanto se pode achá-Lo. E olha que Ele está na sua porta batendo. Abra a sua porta e ele entrará e ceiará  contigo. Ele é o bom pastor que quer apenas cuidar de Suas ovelhas. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. JOSÉ CARLOS FARINA - 03/12/2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

HORTAS CASEIRAS NO NORTE DO PARANÁ - ANOS 60 e 70

Antigamente, principalmente nos anos 60 e 70 a maioria das famílias do norte do paraná tinha uma horta caseira no fundo do quintal onde se plantava e colhia alface, almeirão, salsinha, cebolinha, rabanete, cenoura entre outras hortaliças. Eu sempre ajudava a minha mãe com a hortinha dela. O trabalho era "afofar" a terra com o enxadão, cercando os canteiros com taboas ou tijolos. Após era acrescentado estrume de gado seco e curtido. Aí fazíamos pequenos sulcos onde eram depositados as sementes. Para evitar que os pássaros não comessem as mudinhas novas trançávamos barbantes sobre o canteiro. Todo dia, de manhã e a tarde, eu ou um dos outros irmãos tínhamos que aguar os mesmos. A nossa terra aqui é tão fértil que a produção era exagerada. Além de presentearmos os vizinhos e parentes, muitas vezes saíamos com cestos vendendo o produto. Era muito difícil vender, pois quase todos tinham horta em seus quintais. Hoje ainda tenho este bom costume. Em casa tenho quatro canteiros feitos de tijolos  onde colho para o "meu gasto" almeirão, salsinha e cebolinha, sem agrotóxicos. E o melhor, na porta da cozinha. É só colher, lavar e temperar. É uma ótima terapia. Para trabalhar com horta é preciso gostar do contato com a terra (solos). Sempre que posso trago de fora "terra gorda" de matas virgens que é o melhor adubo que existe. Que tal agora fazer a sua hortinha? JOSÉ CARLOS FARINA